A correspondência entre Plínio, o Jovem, e o imperador Trajano é um importante registro histórico que revela aspectos fascinantes do Império Romano. Plínio, como governador da Bitínia e do Ponto, escreveu uma carta a Trajano em 112 d.C., buscando conselhos sobre como lidar com a comunidade cristã primitiva. A carta fornece informações valiosas sobre as crenças e práticas cristãs da época, bem como a visão e resposta de Trajano. Esta correspondência é considerada o primeiro relato pagão sobre o cristianismo e oferece insights sobre a perseguição local aos cristãos antes do decreto de Décio em 249 d.C, demonstrando a relação entre os governadores provinciais romanos e os imperadores.

Plínio, o Jovem, e a carta a Trajano

Plínio, o Jovem, era o governador romano da província da Bitínia e do Ponto na Turquia moderna. Em 112 d.C., ele escreveu uma carta ao imperador Trajano em busca de orientação sobre como lidar com os cristãos em sua província.

Plínio descreveu como conduziu investigações e julgamentos de cristãos, solicitando conselhos de Trajano sobre como proceder. Esta carta é considerada o primeiro registro pagão conhecido sobre o cristianismo e oferece informações valiosas sobre as práticas e crenças cristãs da época, bem como o tratamento dado aos cristãos pelo governador e pelo imperador.

A resposta de Trajano e seu significado

A resposta do imperador Trajano à carta de Plínio revela informações importantes sobre a relação entre o Império Romano e os cristãos na época. Nessa correspondência histórica, Trajano ofereceu orientações a Plínio sobre como lidar com a comunidade cristã em sua província da Bitínia e do Ponto.

Trajano deixou claro que, até aquele momento, não havia uma perseguição sistemática e oficial aos cristãos em todo o Império Romano. Ele instruiu Plínio a não procurar ativamente os cristãos ou rastreá-los. Em vez disso, Trajano afirmou que as perseguições locais e esporádicas já em andamento eram suficientes para manter a ordem.

Essa resposta revela a dinâmica entre os governadores provinciais romanos, como Plínio, e os imperadores, como Trajano. Os governadores tinham autonomia para tomar decisões e conduzir investigações sobre os cristãos em suas respectivas províncias. No entanto, ainda precisavam seguir as orientações e diretrizes dos imperadores.

“Os cristãos devem ser processados somente se forem denunciados e se suas ações forem realmente comprovadas como crimes. Aqueles que renunciarem ao cristianismo e adorarem aos deuses romanos serão perdoados e isentos de qualquer punição. No entanto, nenhuma busca ativa de cristãos deve ser realizada.”

Essa resposta de Trajano foi significativa, pois mostrou que o cristianismo, naquele momento, não era considerado uma ameaça imediata ao Império Romano. A abordagem das autoridades era mais reativa do que proativa, respondendo apenas a denúncias e crimes específicos cometidos por cristãos.

Esta correspondência entre Plínio e Trajano é um documento histórico valioso, oferecendo uma visão única do tratamento dos cristãos no Império Romano. Desperta questões sobre a relação entre as autoridades romanas e a crescente comunidade cristã, além de fornecer informações cruciais sobre as políticas e medidas tomadas em relação aos cristãos na época.

Os crimes dos cristãos e suas práticas

Na correspondência entre Plínio e Trajano, Plínio menciona as acusações contra os cristãos, destacando que o crime em questão era simplesmente ser cristão. Embora Plínio não especifique detalhadamente o que os cristãos fizeram de errado, é sugerido que eles se recusaram a adorar os deuses romanos e desafiaram o domínio do Império Romano.

Plínio também descreve algumas das práticas dos cristãos. Ele relata que eles se reuniam em um dia fixo antes do amanhecer, cantando hinos a Cristo. Além disso, os cristãos se comprometiam a não cometer crimes como fraude, roubo ou adultério. Tais práticas eram consideradas uma forma de superstição e não eram bem vistas pelo império.

Embora Plínio tenha mencionado as práticas dos cristãos, ele não as vê como crimes em si, mas como comportamentos que desafiavam as tradições romanas e as divindades cultuadas. Essa postura desafiadora e diferente das práticas religiosas romanas estava em conflito direto com a cultura e a autoridade do Império.

crimes cristãos

“Na correspondência, Plínio menciona as acusações contra os cristãos, destacando que o crime em questão era simplesmente ser cristão.”

Essa visão dos cristãos como transgressores, juntamente com o fato de se recusarem a adorar os deuses romanos, os colocava em uma posição suscetível à perseguição. A correspondência entre Plínio e Trajano mostra como o governo romano via os cristãos como uma ameaça à ordem e à estabilidade do Império, resultando em perseguições e punições por parte das autoridades romanas.

Conclusão

A correspondência entre Plínio e Trajano oferece uma visão única do tratamento dos cristãos no Império Romano. Embora a perseguição aos cristãos fosse esporádica e localizada na época, a carta e a resposta de Trajano destacam a relação entre os governadores provinciais e os imperadores, bem como o entendimento do império sobre o cristianismo. Essa correspondência também fornece informações importantes sobre as práticas e crenças dos cristãos da época, mostrando como eles eram vistos pelas autoridades romanas.

FAQ

Qual é a importância da correspondência entre Plínio e Trajano?

A correspondência entre Plínio e Trajano é um importante registro histórico que revela aspectos fascinantes do Império Romano.

Quem eram Plínio e Trajano?

Plínio, o Jovem, era o governador romano da província da Bitínia e do Ponto na Turquia moderna. Trajano era o imperador do Império Romano.

O que Plínio buscava na carta a Trajano?

Plínio buscava orientação sobre como lidar com os cristãos em sua província da Bitínia e do Ponto.

O que a resposta de Trajano revela?

A resposta de Trajano indica que, na época da correspondência, não havia uma perseguição sistemática e oficial aos cristãos no Império Romano.

Quais eram as acusações contra os cristãos mencionadas por Plínio?

As acusações contra os cristãos mencionadas por Plínio eram o simples fato de serem cristãos, recusarem-se a adorar os deuses romanos e desafiarem o domínio romano.

Como eram as práticas dos cristãos descritas por Plínio?

Plínio descreveu as práticas dos cristãos, como reuniões em um dia fixo antes do amanhecer, cantando hinos a Cristo e comprometendo-se a não cometer crimes, como fraude, roubo ou adultério.

O que a correspondência revela sobre o tratamento dos cristãos no Império Romano?

A correspondência revela que a perseguição aos cristãos era esporádica e localizada na época, destacando a relação entre os governadores provinciais e os imperadores, bem como a compreensão do império sobre o cristianismo.
Please follow and like us:
Pin Share

0 comentário

Deixe um comentário

Avatar placeholder

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

RSS
Follow by Email